No templo zen a escolha do novo discípulo
do grande mestre
Certa vez em um templo zen budista o alto mestre convocou 9
de seus melhores discípulos para lhe auxiliar pessoalmente nas tarefas do
templo.
Os nove monges ficaram maravilhados com a possibilidade de
atuar junto ao grande mestre, eles foram encaminhados a uma enorme sala no alto
do templo ricamente decorada e com uma grande janela que tinha vista para o mar
La em baixo cercada pelo rochedo.
O mestre depois de algum tempo que os discípulos estavam na
sala, adentrou ao local e calmamente falou: - Irmãos; estou começando a chegar
ao final de minha passagem nesta vida e hoje escolherei um discípulo para que
eu possa transmitir e ensinar pessoalmente o funcionamento espiritual e
administrativo deste templo.
Lançarei um complexo desafio e aquele que conseguir solucioná-lo
será meu mais novo e direto discípulo.
Todos o olhavam com respeito e ansiosos para saber qual
seria o problema a ser resolvido; nisso o mestre dirigisse a porta e pede para
que dois monges entre carregando um enorme vaso chinês com a mais pura e fina
porcelana, com pinturas sacras pintada a ouro e entalhada em seus ricos
detalhes centenas de pedras preciosas.
Todos olham estupefatos para o rico e maravilhoso vaso,
então o mestre após um breve silencio fala: este vaso possui em si um problema “melhor
ele representa um problema que tende ser solucionado rapidamente analisem com
cuidado e assim que obtiverem a solução me chamem que a luz que entra pela
janela o fogo da lareira ou dos candelabros ilumine vossas almas e mentes para
acharem a solução; dito isto desejou boa sorte e saiu.
Tão logo o mestre deixou o recinto os discípulos começaram a
rodear o magnífico vaso, admirando e tentando a achar o enigma do vaso era
maravilhoso e todos comentavam onde pode ter um problema num vaso tão lindo e
sagrado?
Um dos discípulos quieto nem havia ainda se levantado apenas
observa de longe e refletia nas palavras que o mestre falou sobre o vaso; ele
criou coragem após algumas horas pediu licença aos monges que ali estavam
rodeando o vaso e levou a mão no mesmo e todos perplexos pensaram em falar para
que ele não o tocasse pois era muito delicado; mas o discipulo determinado
pegou o vaso o ergueu caminhou em direção a janela o observou e num súbito convicto
atirou o rico vaso janela a abaixo do
qual o mesmo se espatifou nas rochas e o mar levou seus pedaços.
Todos ficaram indignados e correram para chamar o mestre e
relatar a loucura do discipulo.
O mestre ao entrar na sala perguntou ao discípulo o que o
levou a dar fim em um vaso tão milenar, sagrado e tão caro? E o mesmo
respondeu: Mestre; vós havia falado que este vaso tinha um problema, que ele
representava um problema e eu dei fim ao problema eliminando o vaso.
O mestre: após um breve silencio assim falou: este irmão
entendeu o espírito da mensagem eu havia dito que no vaso havia um problema que
o mesmo representava um problema, e por mais raro e caro que o mesmo fosse ele
não deixava de ser um problema ele fez a coisa certa; muitas vezes nos cercamos
de coisas caríssimas, raras aos olhos da sociedade e nos apegamos a ela, mesmo sabendo que nisto
possa existir problemas futuros e com medo da tradição ou da escassez de riqueza
e abundancia não eliminamos estes males que estão escondidos nele e que mais
cedo ou mais tarde corrompera nossa alma; seu irmão pensou com a alma e mesmo
sabendo de todo seu aparente valor viu entendeu que o vaso era um problema e
pois fim nele.
Ele teve que ter muita coragem para jogar janela fora uma
peça tão rara e cara, mas fez a coisa certa, aos vossos olhos ele foi visto
como louco; mas eu vos digo: eis aqui o meu mais novo discípulo que não pensa
nos valores materiais e sócias e sim no que realmente ele representa para a
alma e espírito.
A todos meu muito obrigado estão dispensados e a você meu
mais novo discípulo meus parabéns, aquele vaso já havia cumprido seu papel e
terminou em grande estilo dando exemplo a seus irmãos que a riqueza, tradição,
cultura e apego quando não analisadas com o espírito muitas vezes pode estar
embutido grandes problemas para o desenvolvimento do ser.
Autor: Anderson Floriano Durães